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domingo, 5 de dezembro de 2010

Com atendimento integrado e gratuito, centro traz esperança para crianças autistas

Duas vezes por semana, a professora Olindina Mass, de 40 anos, e o marido André Emilio Sampaio Fernandes, de 39, colocam o filho de 7 anos no carro e percorrem 22 quilômetros da Vila da Penha até o Centro. Apesar de enfrentar quase duas horas de trânsito para chegar ao destino - o Centro Municipal de Atendimento à Pessoa com Deficiência (CEMA-Rio) -, a família não encara os engarrafamentos do caminho com obstáculo.

Não é para menos. Desde que começou a frequentar o centro, há oito meses, o pequeno André Felipe, que é autista, deixou de tomar medicamentos, vem se tornando mais sociável e até reclama quando não é dia de "oficina". Como André, outra meia centena de crianças e adolescentes, entre 0 e 14 anos, conta com os serviços gratuitos da unidade municipal, que virou referência na área de prevenção, tratamento e reabilitação de pessoas com autismo.

- Esta reação do André, de demonstrar que gosta e sentir falta, é uma grande vitória. Como todo autista, ele tem dificuldade de socialização, mas estabeleceu uma relação afetiva com a equipe do centro. Ele adora vir para cá - conta Olindina, que também já percebe uma grande melhora na comunicação verbal do garoto e diz que André passou a suportar melhor ambientes com música depois que iniciou a musicoterapia.

Concentração em um prédio facilita vida das famílias
Ao todo, o CEMA-Rio tem quinze profissionais (entre fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacional, psicólogos, nutricionistas, professores de educação física, musicoterapeutas, assistentes sociais e cuidadores), que trabalham em conjunto num plano de desenvolvimento para cada paciente. Além da atenção diferenciada, apontam as famílias dos pacientes, a grande vantagem é que tudo é oferecido num só endereço, um prédio na Avenida Presidente Vargas, próximo da Central do Brasil. Com isso, os pais não precisam ficar se deslocando com a criança por vários pontos da cidade.

- Seguimos a linha desenvolvimentista, que aborda a criança autista como um todo, ao contrário de alguns centros, que tratam apenas os aspectos psicológico e psicanalítico. Aqui, ele passa por uma triagem, e identificamos quais ações devemos começar realizar. Em seguida, iniciamos o tratamento. Acreditamos que é a melhor maneira de ajudar esta criança a se preparar para viver em sociedade - explica a Secretária Municipal da Pessoa com Deficiência, Isabel Cristina Pessoa Gimenez, esclarecendo que a pessoa autista tem dificuldade de imaginação, de socialização e de comunicação.

Segundo os especialistas do centro, cada criança, dependendo do grau de autismo, necessita estimular uma determinada função do aspecto sensorial, como a fala, o equilíbrio ou o paladar.

Há casos em que o fonoaudiólogo, explica a especialista Tânia de Castro Soares, precisa ajudar a criança a aprender a olhar nos olhos do interlocutor na hora de um diálogo: - Sem contar que o autista muitas vezes tem que ser formalmente ensinado sobre regras sociais. Tem que aprender a usar o "oi", o "como vai?" e o "tchau" - exemplifica.

Já a missão do nutricionista é, usando brincadeiras e jogos, ensinar a criançada a comer alimentos que, no dia a dia, elas costumam rejeitar, como frutas e hortaliças.

- Como apresentam comportamento repetitivo, muitos só querem comer um grupo de alimento, ou só alimentos de determinada cor, ou rejeitam algum por causa da consistência. O trabalho é lento, mas o desafio é fazer esta mudança de hábito, que precisa incluir família - explica o nutricionista Hugo Brás Marques.

A participação e, muitas vezes, o tratamento, da família do autista é, por sinal, uma das diferenças do serviço oferecido pelo CEMA-Rio. Atualmente, há 52 pessoas sendo atendidas e dezesseis famílias recebendo alguma tipo de auxílio ou orientação. Muito chegam ali sem saber que têm direito a um Riocard especial, por exemplo.

- Estamos atentos também ao pais e aos irmãos. Até para saber se eles apresentam algum espectro do autismo - diz a neurologista Eliana Silva, coordenadora técnica do CEMA-Rio - Os irmãos do autista sofrem bastante. Já houve crianças que apanhavam muito do irmão autista e tinham atrasos no desenvolvimento por causa disso.

Fonte: Site www.oglobo.com.br de 05/12/2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Terapia genética melhorou memória de ratos com sintomas de Alzheimer, dizem cientistas

Uma técnica de terapia genética criada para melhorar problemas de memória associados ao Mal de Alzheimer foi testada com sucesso em ratos, dizem cientistas americanos.

Os especialistas usaram a técnica para aumentar níveis de uma substância química que auxilia a comunicação entre células do cérebro, explica um artigo publicado na revista científica Nature.
Esse processo de envio de sinais entre as células é prejudicado em pacientes com o Mal de Alzheimer.

Segundo a entidade britânica Alzheimer's Research Trust, que fomenta pesquisas sobre a doença, o novo estudo acrescenta uma peça importante ao conhecimento que se tem sobre a sobre a doença e sugere novas rotas de pesquisa.

Amilóide
Com o aumento na expectativa de vida da população de muitos países do planeta, a incidência do Mal de Alzheimer e de outras formas de demência deve crescer.

A equipe de pesquisadores do Gladstone Institute of Neurological Disease, em San Francisco, na Califórnia, acredita que um aumento nos índices do neurotransmissor EphB2 no cérebro possa ajudar a reduzir ou mesmo prevenir alguns dos piores efeitos da condição.

Seu estudo sugere que a substância cumpre um papel importante na memória e que sua presença é reduzida em pacientes com o Mal de Alzheimer.

Uma das características mais marcantes dos cérebros afetados pela condição é o acúmulo de placas de uma proteína chamada amilóide. Com o passar do tempo, isso leva à morte das células do cérebro.

Experimento
A equipe baseou seu experimento em uma particularidade da proteína amilóide: sua suposta habilidade de se acoplar ao neurotransmissor EphB2, reduzindo a quantidade da substância disponível para as células do cérebro, o que poderia em parte explicar a perda de memória nos pacientes.

Para testar essa ideia, eles usaram técnicas de terapia genética para reduzir e também para aumentar a quantidade de EphB2 disponíveis nos cérebros de ratos de laboratório.

Quando os índices da substância foram reduzidos em ratos saudáveis, os animais desenvolveram sintomas de perda de memória similares àqueles observados em ratos programados geneticamente para apresentar uma condição similar ao Mal de Alzheimer.

E quando os ratos com sintomas de Alzheimer receberam terapia genética que aumentou os índices de EphB2, seus sintomas de perda de memória desapareceram.

Lennart Mucke, líder do estudo, disse que sua equipe ficou "encantada"; com a descoberta.
"Com base nos nossos resultados, achamos que impedir as proteínas amilóides de se acoplarem ao EphB2 e aumentar os índices de EphB2 ou de (suas) funções por meio de drogas pode ser benéfico a (pacientes com) Mal de Alzheimer", disse Mucke.

Repercussão
Pesquisadores britânicos disseram que o estudo, embora interessante, não oferece uma resposta rápida para pacientes com Alzheimer.

Rebecca Wood, diretora do Alzheimer's Research Trust, disse que o cérebro humano é complexo, e entender como ele funciona e como é danificado por doenças como o Mal de Alzheimer é uma tarefa gigantesca.

O estudo "indica uma forma de fazer com que as células nervosas do cérebro continuem se comunicando, o que é vital para o pensamento e a memória".

Mas ela acrescentou: "Não sabemos ainda se essas descobertas vão levar a um novo tratamento para o Mal de Alzheimer - isso ainda vai demorar".

Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil

Fonte: Site jornal O Globo 30/11/2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Divulgação - V Simpósio Nacional TDAH /Autismo/ Transtorno de Humor

V SIMPÓSIO NACIONAL
TDAH / Autismo / Transtorno do Humor: Semelhanças e Diferenças em Casa e na Escola

Santa Casa de Misericórdia – RJ
Setor de Psiquiatria da Infância e Adolescência


PROGRAMAÇÃO
03/12/2010 – Sexta-Feira


8:30 – 9:00 – Abertura
Dr. Fábio Barbirato (Santa Casa – RJ)
Dra. Fatima Vasconcellos (Santa Casa – RJ)

9:00 – 10:00 – Conferência de Abertura
Dr. Fábio Barbirato (Santa Casa –RJ)

10:00 – 12:00 - Novidades no Diagnóstico:
TDAH – Erasmo Casella (USP)
Autismo – César de Moraes (UNICAMP)
THB – Fábio Barbirato (Santa Casa – RJ)

12:00 –13:30 –Almoço

12:45 – 13:30: Novidades e Atualidades Farmacológicas no Brasil de Drogas no Tratamento do TDAH, THB e Autismo) - Somente para Médicos

13:30 – 15:30 – Como Diferenciar na Escola e em Casa:
TDAH x Autismo – César de Moraes (UNICAMP)
TDAH x Bipolar – Fábio Barbirato (Santa Casa – RJ)
Apresentação de Casos Clínicos e Discussão – Gabriel Bronstein (Santa Casa – RJ) e Silvia Mariamma (Santa Casa – RJ)

15:30 – 18:00 – Neurociência e Neuropsicologia
Neurociência dos Transtornos do Comportamento e Aprendizagem – Erasmo Casella (USP)
Neuropsicologia no TDAH – Silvia Ciasca (UNICAMP)
Neuropsicologia no Bipolar – Daniela Carim (UNIFESP)

17:30 – Encerramento


04/12/2020 – Sábado

09:00 – 10:30 – Mini-Conferências
Problemas da Aprendizagem:
Autismo – César de Moraes (UNICAMP)
TDAH – Silvia Ciasca (UNICAMP)
THB – Irene Maluf (ABPp)

10:30 – 11:00 – Intervalo

11:00 – 12:30 – Problemas de Linguagem
TDAH – Elizabeth Kovach de Sá (AND)
Autismo – Renata Mousinho (UFRJ)
THB – Katia Badim (Santa Casa – RJ)

12:30 – 13:30 – Identificação Precoce
Autismo – Fabio Barbirato (Santa Casa – RJ)
TDAH x Bipolar – Gabriela Dias (Santa Casa – RJ)

13:30 – 14:30 – BRUNCH

14:30 –16:00 –Psicoeducação para os Pais
TDAH – Sophie Eickman (UFPE)
Bipolar – Ricardo Krause (Santa Casa – RJ)
Autismo – Patrícia Barros (UERJ)

16:00 – 17:30 – Novidades no Lidar na Sala de Aula
TDAH – Angela Alfano (CIPIA)
THB – Lucia Marmulsztenj (Santa Casa – RJ)
Autismo – Rita Thompson (Santa Casa – RJ)

17:30 – Encerramento


INFORMAÇÕES: simposiocomportamento@gmail.com

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pais podem aproveitar o Dia das Crianças para iniciar educação financeira


(por ROSANA FERREIRA, Editora-assistente de UOL Estilo Comportamento)


Se para os pequenos o Dia das Crianças é motivo de festa, para muitos pais é hora de lidar a uma árdua tarefa: a escolha e a negociação do presente. Afinal, não é nada fácil controlar o desejo do filho por um brinquedo que pode estar fora dos padrões financeiros da família no momento ou não é apropriado para a faixa etária dele. Uma boa opção é colocar a criança para participar desse processo e aproveitar a data para começar uma educação financeira.

“Sob a ótica financeira, o Dia das Crianças é uma ótima oportunidade para ensiná-las sobre conceitos financeiros, pois elas estão com a atenção voltada a um assunto de seu interesse”, diz o educador financeiro Álvaro Modernell, autor de “Zequinha e a Porquinha Poupança” e “O Pé de Meia Mágico” (ambos da Editora Mais Ativos), entre outros.

O dinheiro está curto Segundo Modernell, as crianças precisam ter noção da realidade econômica da família, principalmente se o momento é de aperto nas finanças domésticas. “Não é preciso entrar em detalhes, mas é essencial conversar e explicar”, diz.

“Se os pais escondem a situação real, a criança vai desejar e esperar os brinquedos mais caros, nem sempre condizentes com o dinheiro disponível para isso e também com a faixa etária dela”, complementa a psicóloga Maria Angela Barbato Carneiro, professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e coordenadora do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da PUC.

Os especialistas afirmam que a criança deve escolher entre um produto e outro, mesmo que a família tenha condições financeiras para comprar todos os brinquedos pedidos. O educador financeiro propõe que os pais estimulem os filhos a fazer uma lista com três opções, dentro de uma faixa estabelecida previamente.

“Como as crianças estão abertas a conversar nessa época, porque há interesse em ganhar presente, os pais podem aproveitar e convidá-las a pesquisar os preços nas lojas. É importante para que comecem a perceber as diferenças de preços e de qualidade de um mesmo produto”, ensina Modernell.

A lição não acaba por aí: depois de pesquisar, comparar e escolher por marca e preço chega a hora de pedir desconto. “Com a economia, a criança pode comprar um sorvete, por exemplo, após sair da loja e perceber o valor daquilo tudo que fez”, diz Modernell.

Se você está pensando que o fato de a criança acompanhar os pais à loja para comprar o presente quebra o clima de surpresa, calma. Como se trata de uma data puramente comercial, sem outros valores a serem agregados, pode-se transformá-la num momento de aprendizado.

Segundo o educador financeiro, quanto mais cedo ensinar os filhos sobre direitos e consumo consciente, melhor. “Os adolescentes são mais suscetíveis à influência de marcas. Se não receberam uma educação financeira na fase anterior, isso pode gerar um grande desgaste familiar.”

É preciso explicar que o mais importante não é o valor do presente, e sim o sentimento. Mas como resistir aos encantos da propaganda ou do amigo que comprou aquele brinquedo da moda? De acordo com uma pesquisa realizada pela GKF, empresa de pesquisa alemã presente em mais 100 países, das pessoas que vão presentear no Dia das Crianças, 25% comprarão o que a criança pediu. E, segundo a percepção dos adultos, quando as crianças pedem algo específico é porque viu o produto na TV (46%) ou os amigos têm (42%).

Mas, se não é possível comprar um videogame de última geração, os pais podem experimentar um tabuleiro de xadrez para jogar com os filhos. A atenção e o carinho sempre funcionam, mas muitos pais tentam recompensar a ausência com presentes e mais presentes.
“Nem sempre o presente é o mais importante para a criança. A presença deve ser afetiva, não só física, pois muitos pais estão em casa, mas pedem para que os filhos não atrapalhem, pois estão vendo TV”, diz a psicóloga da PUC.

E como lidar com birra da criança por um brinquedo muito caro ou não é indicado para sua idade? Conversar, não tem outro jeito. “É necessário explicar e convencer a criança que o outro brinquedo é mais adequado, que aquele tão desejado pode machucá-la etc.”, diz Maria Angela Barbato Carneiro.

Se a birra continuar, é hora de colocar a vergonha de lado e deixar a criança chorar, se jogar no chão e gritar. Uma hora ela vai cansar e parar. O importante, segundo a psicóloga, é impor limites, não tem alternativa. “Se os pais derem o braço a torcer no primeiro choro e fizerem tudo que a criança quiser, a relação ficará insuportável. Além disso, não estarão contribuindo para a boa formação do filho”, afirma.

Fonte: site UOL.com.br

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Participem! Tarde Especial Sociedade Síndrome de Down


A SSD- Sociedade Sindrome de Down é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo fundamental valorizar a pessoa com deficit intelectual e, incorporando-a à sociedade, mostrar como pode ser útil.

A SSD participa ativamente de seminários e encontros técnicos pertinentes, além de promover e realizar palestras com profissionais de diversas áreas, eventos esportivos e sociais, com destaque para o SSDance que alcança grande sucesso. Anualmente, organiza uma TARDE ESPECIAL quando os jovens frequentadores da SSD apresentam os trabalhos realizados nas oficinas, desfilam apresentando moda atual e dançam , sendo para este ano a apresentação de dança cigana.

Para dar continuidade a seus projetos, os convites serão vendidos, com direito a farto coquetel, sorteio de brindes, bazar variado e a alegria contagiante dos jovens.

Reservem seus convites, solicitando à Marilza, Lizi, Glorinha ou Cleuza.

Dia: 11 de novembro de 2010- quinta-feira

Horário: a partir das 14 horas

Local: Marina Barra ClubeEndereço: Estrada do Itanhangá, 777- Rio

Valor do convite: R$55,00

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ensinando seus filhos a fazer bom uso do dinheiro




Muitos dos jovens atuais não compreendem como ganhar e gastar dinheiro. Não lhes foi ensinado que investir é necessário, mesmo que sejam simples estudantes.

Como pai, você possui um papel importantíssimo nesse ensino.

Seus filhos devem ser capazes de entender o dinheiro e investimento o quanto antes, e essa é uma das suas responsabilidades. Isso vai prepara-los, para que no futuro saibam economizar e fazer bom uso dessas simples notas e moedas, artigos extremamente importantes no nosso mundo capitalista.

Desde cedo, quando as crianças aprendem a contar, seria prudente lhes ensinar o significado do dinheiro, pois essa é a época certa para o aprendizado.

Deve-se explicar isso constantemente e de formas simples, para que elas possam se lembrar do que lhes foi ensinado. Tenha em mente que é sempre interessante as ensinar a economizar, mostrando a elas como isso pode causar impactos em suas vidas.

Estimule-as a pensar sobre o assunto e a fazer perguntas sobre. Quando permitir a seus filhos fazer algo que desejam, traduza isso em valores. Dessa forma, você pode lembra-los de economizar, para depois sobrar dinheiro para poderem comprar brinquedos ou outras coisas que eles desejam.

Outra ideia válida seria fornecer pequenas tarefas remuneradas a eles, oferecendo pequenas quantias para que façam deveres de casa como limpar o quarto, lavar a louça ou alimentar os animais domésticos. Assim, eles vão entender que o dinheiro foi recebido com trabalho e dedicação, logo ele deve ser usado de forma inteligente.

Pode também dar-lhes cofrinhos para guardar seu dinheiro, ou até mesmo abrir uma conta bancária para isso.

Mais importante: você tem a missão de manter seus filhos motivados!

Por fim, saber usar e economizar dinheiro não é um assunto fácil para as crianças. É preciso ser paciente e não desistir. Se conseguir atingir esse objectivo, elas vão aprender bem a fazer essa tarefa e serão recompensadas futuramente.


Fonte: Site Poupar dinheiro

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Perguntas e respostas sobre saúde bucal da criança



P: A amamentação no peito é melhor do que a mamadeira na prevenção de caries na infância?
R: Muitos especialistas recomendam amamentar no peito em vez de utilizar mamadeiras, para a saúde geral da sua criança. Porém, amamentar no peito pode levar a formação de cáries na infância da mesma forma que a amamentação por mamadeira.
Para prevenir as primeiras cáries:
- Evite alimentação durante a noite, tal como trazer o bebê para a sua cama e permitir que ele ou ela se amamente à vontade. O leite pode "permanecer" na boca da criança e causar a formação continua de ácido ao longo da noite. Este ácido leva à formação de cárie.
- Evite deixar o bebê passear com uma mamadeira.
- É recomendado que você encoraje sua criança a beber de um copo já no seu primeiro aniversário.
P: Tudo bem se minha criança chupar o dedo polegar?
R: Chupar o polegar é normal em crianças; a maioria para por si próprias até os 2 anos de idade.
Se sua criança chupa o polegar e tem mais de 2 anos de idade, tente desencorajá-la até completar 4 anos.
Chupar o dedo além da idade de 4 anos pode levar ao problemas de dentes tortos, apinhamento e/ou de mordida.
P: Tudo bem se meu bebê usar a chupeta?
R: Sim, mas não a coloque em açúcar, mel, ou líquidos adoçados. Além disso:
Tente fazer com que sua criança abandone o hábito da chupeta até os idade de 2 anos de idade.
Lembre-se que enquanto a chupeta e chupar o polegar não fazem nenhuma diferença para a saúde da criança, uma chupeta pode ser uma escolha melhor, porque pode ser mais fácil parar com o hábito da chupeta da criança, do que de chupar o polegar.
P: Qual é o melhor método para escovar os dentes de uma criança pequena?
R: Use uma escova pequena e com cerdas macia. Faça movimentos circulares ou movimentos ondulados em todas as superfícies dos dentes, particularmente onde o dente encontra a gengiva. Quando sua criança aprender a cuspir, use uma pequena quantidade de creme dental com flúor do tamanho de uma ervilha na escova. As famílias devem pedir ao dentista que demonstre a escovação correta na visita da criança ao dentista.
P: Posso transmitir bactérias prejudiciais que possam afetar os dentes do meu bebê?
R: Sim. Germes causadores de cáries podem ser transmitidos via contato - tal como quando o bebê puser as mãos em sua boca, e daí na própria boca. É por isso que é tão importante você manter seus próprios dentes e gengivas saudáveis.
Além disso, pesquisas têm mostrado que já que uma mulher grávida compartilha seu sangue com seu bebê antes de nascer, qualquer infecção em sua boca - como uma cárie ou doença de gengiva (periodontal) - pode afetar o bebê. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentais e Crânio-facial do Instituto Nacional de Saúde, doenças / infecções orais também estão ligadas a problemas bebês prematuros, e com reduzido peso de nascimento.
P: Quando devo começar a usar creme dental com flúor na escovação da minha criança?
R: Quando sua criança souber cuspir. Flúor é seguro e necessário para manter os dentes fortes, mas somente em níveis apropriados. Crianças mais jovens tendem a engolir quantidades excessivas de creme dental , e isto pode levar a flúorese, que causa a descoloração dos dentes. E lembre-se, mesmo que a sua água for fluoretada, é necessário utilizar creme dental com flúor. Flúor é necessário ambos em forma "sistêmica" - como creme dental, e em forma "ingerida" - como água ou suplementos de flúor.
P: Eu uso água engarrafada em casa, e não contém flúor. Tudo bem?
R: Se você usa água engarrafada para beber e cozinhar - ou se sua água do sistema público (comunitário) não contém flúor - não esqueça de avisar a seu dentista ou médico. Eles possivelmente prescreverão suplementos de flúor para o bebê.

Fonte: site Yahoo Brasil

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Pais brasileiros criam a primeira revista de autismo na América Latina, com 100% de voluntariado



Numa iniciativa inédita, um grupo de pais de crianças autistas criou a Revista Autismo, primeira publicação a respeito do assunto na América Latina e a única em língua portuguesa no mundo. Tudo isso somente com trabalho voluntário e doações. A revista é gratuita, de circulação nacional e foi lançada neste mês (setembro de 2010).

Não bastasse essa conquista, que no caro e complexo mercado editorial pode-se dizer que é um verdadeiro milagre, a revista também inova usando, em sua versão impressa, QR-Codes (selos de integração de mídia que podem ser lidos por câmeras de celulares) para ampliar os assuntos abordados remetendo o leitor a material extra, como textos, vídeos e outros sites. Cada artigo ou reportagem que tem material extra, tem seu QR-Code.

O grupo de pais que criou a revista não se conhece pessoalmente, apenas através da internet, onde participam de listas de discussões por e-mail sobre a síndrome que acomete seus filhos: o autismo. “Temos um dos pais que tem uma gráfica, em Santa Catarina, e quando sugeri a ideia da revista, ele pediu doação de papel a seus fornecedores, o que foi prontamente atendido”, conta o publicitário e artista plástico Martim Fanucchi, idealizador da Revista Autismo, sobre o momento que viu a viabilização do que era apenas um sonho.

Waldemar Casagrande, o Zinho, colocou sua gráfica catarinense, a Otomar, à disposição da publicação. “Quando o jornalista Paiva Junior topou ser o editor-chefe da revista, em abril deste ano, era o que faltava para iniciarmos o projeto de vez e com profissionalismo”, comemora Fanucchi com o primeiro exemplar da revista na mão, o número zero.

Todo o processo de produção da revista foi feito com trabalho cem por cento voluntário, desde os artigos de renomados profissionais da área, até o processo de revisão e distribuição da revista.
A revista teve uma quantidade significativa de exemplares impressos, porém, a demanda foi maior que o dobro do que havia sido feito. Faltou revista. O que demonstra o sucesso do “empreendimento” mesmo antes de que soubesse se o conteúdo era realmente bom. Um retrato da sede por informação sobre o transtorno do espectro do autismo no Brasil.

A reportagem de capa da edição de lançamento cita a preocupante estatística do CDC (Center of Disease Control), dos Estados Unidos: uma em cada 110 crianças tem autismo -- número muito maior em crianças que a AIDS, o câncer e o diabetes. E a manchete de capa ainda questiona: “E aqui?”, referindo-se ao Brasil não ter estatísticas a respeito do autismo -- nem mesmo no atual censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) há qualquer pergunta sobre a síndrome.

O objetivo da Revista Autismo é levar informação séria e de qualidade para pais e profissionais em todo o Brasil e até mesmo fora dele -- a versão online da revista terá traduções para o inglês e o espanhol, além de estarem firmando parcerias para desenvolver o lançamento da revista em outros formatos digitais, como os e-books (livros eletrônicos) -- já há versão em formato PDF, compatível com diversos leitores de livros digitais -- e aplicativos para smartphone e tablets, como uma versão já em desenvolvimento para Apple iOS (iPhone, iPad e iPod Touch). Não custa lembrar que tudo isso é gratuito e está sendo produzido sem qualquer investimento financeiro, apenas com voluntariado.

O site da revista é RevistaAutismo.com.br (hospedado pelo patrocinador Hostnet.com.br) e tem a publicação na íntegra, sem restrições, além de material extra.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Quando um dos gêmeos tem necessidades especiais



Recentemente tivemos contato com uma família na qual os filhos gêmeos nasceram com condições físicas diferentes. Ambos meninos, um deles apresentava uma limitação física congênita. Por conta dessa situação, o outro filho, saudável, foi colocado na função de “guardião” do irmão; os pais o encarregavam de cuidar dele em festas, na escola e quando estivessem com outras crianças.

Desse modo, em pouco tempo, o irmão com dificuldade começou a ter um comportamento autoritário, submetendo o seu “guardião” a todas as suas vontades. E este, por sua vez, nunca o contrariava, provavelmente pela culpa que sentia por ser mais saudável. Ao filho especial não eram dados limites; os pais satisfaziam seus desejos e não o deixavam frustrar-se. O outro, por ser visto como uma criança sem problemas, não era motivo de preocupações. Seus anseios, desejos e expectativas eram pouco percebidos pelos pais.

Entretanto, essa dinâmica começou a se evidenciar na escola, e os pais foram chamados para uma conversa. Ficou claro o quanto os dois estavam impedidos de se manifestar como indivíduos singulares, providos de aspectos e potenciais diferentes.

Os pais aceitaram a sugestão da orientadora, para que procurassem a orientação de um psicólogo que os ajudasse a lidar com o sofrimento dos filhos. À medida que o trabalho transcorria, os pais entraram em contato com as próprias dificuldades: culpas, medos e inseguranças. Conseguiram falar sobre esses sentimentos entre si e com os meninos. O diálogo abriu um espaço de ventilação, de circulação de idéias; as emoções começaram a ser tratadas na família sem constrangimento.

Perceberam que não era apenas o filho especial que possuía limitações e sofria. Ao reconhecer que todos tinham seus próprios limites e seu quinhão de dor, passaram a lidar mais naturalmente com a situação. Esse novo olhar os aproximou, fortaleceu os laços de amor e confiança e permitiu que iniciassem o importante aprendizado que é conviver com as diferenças. Embora a maioria das gestações e partos gemelares transcorram sem intercorrências, não é raro encontrarmos situações em que um dos gêmeos nasce com necessidades especiais.

Essa é uma situação delicada, que assusta e gera uma série de dúvidas e sentimentos negativos. Muitos se culpam pela situação e têm dificuldades na forma de se relacionar com cada filho. Quem vive esta experiência, além de ter que encarar suas próprias dores, precisa dar conta de ajudar cada um dos filhos a lidar da melhor forma possível.

Acreditamos ser importante que os pais não neguem o impacto que esse fato da realidade causa dentro de cada um. Expressar as dores, medos e inseguranças é a melhor forma de encontrar um caminho verdadeiro e acessar os recursos internos necessários para lidar com a situação. Recursos fundamentais também para que se consiga uma aceitação mais serena.

Dizemos isso pois, se os pais estiverem em contato com seus próprios sentimentos e lidando com eles, certamente ajudarão os filhos a fazer o mesmo. Não negar as dificuldades do irmão que tem necessidades especiais e permitir que os filhos se manifestem com liberdade é a melhor forma de ajudá-los a trilhar os próprios caminhos.

Sabemos que momentos como esses, que desestabilizam a família, são muito difíceis. Mas, por outro lado, mobilizam as pessoas a enfrentarem os conflitos que surgem. Isso pode se acentuar quando o gêmeo saudável mudar de fase ou fizer uma conquista que o outro ainda não atingiu, ou que não atingirá por sua limitação. Quando esse tipo de coisa acontece, os pais precisam, de alguma maneira, garantir que o filho usufrua do seu crescimento, sem se culpar por isso ou limitar-se em função do irmão.

Talvez seja preciso dizer a ele que pode continuar sendo solidário, amigo e companheiro de seu irmão, apesar de suas diferenças. E lembrar o outro gêmeo, com necessidades especiais, sobre seu potencial, incentivando-o a dar o melhor de si, mas sempre tomando cuidado para não negar ou minimizar as suas limitações.

Tratar a realidade como uma inimiga, ou como algo a ser evitado e silenciado, não nos parece uma boa opção. As limitações impostas por ela precisam ser respeitadas, evitando que prevaleçam sobre todas as oportunidades e expectativas.


Fonte: Site Revista Crescer / Por: Claudia Arbex e Sâmara Jorge

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Palestra realizada na Sociedade Síndrome de Down - SSD


No último domingo, dia 22/08, enquanto os jovens da Sociedade Síndrome de Down - SSD se divertiam em mais um SSDance, os pais participaram de uma exposição sobre o Grupo de Treinamento de Habilidades.
As palestrantes foram Ana Paula Pacheco (pedagoga) e Bárbara Calmeto (psicóloga) que falaram sobre suas experiências e sobre uma proposta de intervenção com os jovens da SSD.
O auditório estava repleto e as primeiras inscrições para a avaliação diagnóstica foram realizadas neste mesmo dia. Em breve mais notícias sobre os Grupos de Treinamento de Habilidades.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Estratégias de estimulação para bebês com síndrome de Down


Algumas técnicas contribuem satisfatoriamente para o desenvolvimento inicial do bebê com Síndrome de Down, e merecem ser mencionadas. Lembre-se que a estimulação é muito importante, mas o excesso é prejudicial, havendo necessidade de dosar a quantidade de estímulos.

Estimulação Visual
A estimulação visual deve ser oferecida desde o nascimento. Inicialmente, o que mais atrai o bebê é o rosto humano, seguido por objetos coloridos e brilhantes, A família deve ser orientada a apresentar tais estímulos ao bebê com freqüência, estando atenta para que ele fixe o olhar e posteriormente acompanhe com os olhos o movimento do rosto humano ou do brinquedo. As brincadeiras na frente do espelho também devem ser introduzidas assim que o bebê fixar o olhar.

Estimulação Auditiva
A voz humana é o primeiro estímulo auditivo que o bebê recebe. É importante orientar a mãe para que converse com o bebê de forma clara e tranqüila. A música, cantada pela mãe ou tocada também é um estímulo que agrada ao bebê. Os brinquedos que produzem som também funcionam como estimulação para a percepção auditiva. Tanto os pais como os terapeutas podem fazer uso de chocalhos, papéis aluminizados, caixinhas de música ou qualquer outro tipo de objeto que produza som, como meio de estimulação.

Estimulação Sensitiva
É a partir da estimulação sensitiva que a criança reagirá cada vez mais com movimentos. Preferencialmente, ela deve usar a menor quantidade de roupa possível, de acordo com o tempo, tanto em casa, como na terapia. O contato com diferentes materiais propicia maior experiência sensitiva. Brinquedos ásperos, lisos, de borracha, de madeira, de ferro, de pano, bem como o contato com a água e a areia oferecem grande demanda de estímulos sensitivos.

Estimulação Labiríntica
Atividades que envolvam o balanço estimulam os órgãos do equilíbrio. Portanto, desde cedo a criança deverá experimentar estas sensações, tanto na terapia, como em casa. O balanço na bola Bobath facilita as reações de controle de cabeça e tronco. O uso de redes, balanços e brincadeiras com o corpo deve ser estimulado e orientado à família.

Estimulação Social
O profissional que está em contato direto com a família deve orientá-la a manter, desde cedo, uma vida social semelhante à de outros bebês. O banho de sol e os passeios ao ar livre devem fazer parte da rotina. Privar a criança de contatos sociais, mesmo que inicialmente breves, pode prejudicar seu desenvolvimento e sua adaptação ao estilo de vida de sua síndrome de Down.

sábado, 14 de agosto de 2010

Psicologia das habilidades sociais (resenha)



(José Humberto da Silva Filho Nov./2003)


Del Prette, A. & Del Prette, Z.A.P. (2001). Psicologia das Habilidades Sociais - Terapia e Educação. Petrópolis. Vozes Editora.

Quando um amigo lhe pede algo emprestado, você se sentindo constrangido em negar o pedido e disfarçando sua pouca vontade, cede à solicitação emprestando-o. Certamente você não estará tranqüilo até a devolução; Quando alguém entra na sua frente naquele fila em que você já aguarda a sua vez há muito tempo, você se sente na obrigação de se defender e parte para o enfrentamento com decidida irritação. Estas cenas do cotidiano ilustram possíveis reações comportamentais diante de estímulos ou situações sociais. Elas evocam habilidades para interagir nos diversos contextos do cotidiano. Estamos falando de Habilidades Sociais.

O livro "Psicologia das Habilidades Sociais - Terapia e Educação" (2001) de Del Prette e Del Prette, é a primeira obra de autores brasileiros a se debruçar sobre este tema. Ao longo dos seus nove capítulos os autores examinam o avanço na área de Treinamento de Habilidades Sociais (THS). É uma obra que se destina tanto a profissionais da saúde como da educação. Está dividida em duas partes. Na primeira os autores apresentam os fundamentos, conceitos, história e desenvolvimento dos estudos das habilidades sociais e na segunda parte enfatizam a avaliação e a promoção destas habilidades.

Os autores evidenciam que "as dificuldades ocasionais nas relações interpessoais não são consideradas distúrbios ou patologias; porém, certamente, diminuem a qualidade de vida das pessoas, requerendo intervenções preventivas e educacionais".

De forma bem fundamentada os autores demonstram a amplitude da área de THS como sendo uma fonte de dificuldade pela indefinição dos seus contornos e pela carência de uma teoria geral integradora que permita organizar os conceitos e modelos num sistema internamente mais coerente. No entanto, alguns conceitos-chave são abordados como delineadores de área como: Assertividade, Habilidades Sociais e Competência Social.

O primeiro capítulo apresenta o desenvolvimento da área de habilidades sociais fazendo uma discussão acerca das características herdadas e aprendidas. Atualiza a discussão acerca do equipamento biológico portador de potencialidades, supostas predisposições genéticas que favorecerão interações peculiares do indivíduo com o ambiente e o próprio processo de aprendizagem, sendo esta decisiva na caracterização posterior do repertório de comportamento social.

O segundo capítulo apresenta os fundamentos históricos da área de THS. Se reporta ao movimento de Treinamento Assertivo desenvolvido por Wolpe, nos anos 70, e aos principais autores associados ao tema nos EUA. Referencia também a disseminação concomitante do termo Habilidades Sociais, em Oxford, na Inglaterra, por Argyle e outros. Atualmente esta ultima terminologia tem sido entendida academicamente como uma área mais ampla de conhecimento, onde a Assertividade é uma de suas subáreas.

O terceiro capítulo aborda os modelos conceituais explicativos da área de THS: modelo da assertividade; modelo da percepção social; modelo da aprendizagem social; modelo cognitivo, e; modelo da teoria dos papéis. Propõe também algumas explicações para as dificuldades interpessoais: déficits no repertório; inibição mediada pela ansiedade; inibição cognitivamente mediada; problemas de percepção social, entre outros.

No capítulo quatro, dedicado às definições e conceitos da área de THS, encontra-se um dos pontos altos desta obra: Os autores exploram de forma emparelhada os conceitos "Assertivo", "Não Assertivo" e "Agressivo" estabelecendo alguns parâmetros que ajudam a identificar as características gerais que compõem estes comportamentos em dada situação.

O quinto capítulo é dedicado especificamente aos elementos que compõem as Habilidades Sociais: os comportamentais, os cognitivos-afetivos, os fisiológicos e outros. É outro ponto alto da obra por apresentar de forma sistematizada tais elementos organizados em classes e subclasses e também por defini-los e conceitualizá-los detalhadamente.

O sexto capítulo é dedicado à avaliação e treinamento das habilidades sociais. Aqui se revela claramente um dos objetivos dos autores: a intervenção. Para isto, como em qualquer procedimento desta natureza, defendem que uma boa avaliação e um bom planejamento são fundamentais para favorecer o sucesso da intervenção. A avaliação busca identificar as áreas problemáticas e não problemáticas do repertório social do sujeito que deverão orientar os objetivos e os procedimentos específicos de intervenção para superá-los. O procedimento de avaliação sugere que se observe: a) as condições antecedentes; b) condições conseqüentes, e; c) o comportamento, que é o elemento central da avaliação. No comportamento são observados os aspectos relacionados a: déficits e excessos comportamentais, ansiedade, cognições e sentimentos, contexto situacional e cultural, objetivos e metas. Em relação às técnicas de avaliação os autores observam que devem ser escolhidas considerando-se alguns fatores específicos e sugerem: entrevistas, inventários, observação, desempenho de papéis, auto-registros, avaliação por outras pessoas que são significativas para o sujeito (pais, professores, amigos, etc).

O capítulo sete se dedica às técnicas de treinamento em habilidades sociais. Elas são divididas em duas grandes categorias: Técnicas Comportamentais e Técnicas de Reestruturação Cognitiva.
As técnicas comportamentais ganharam notoriedade com Joseph Wolpe e Arnold Lazarus e se baseiam nos princípios derivados dos estudos laboratoriais de análise experimental do comportamento. As técnicas são: ensaio comportamental, reforçamento, modelagem, modelação (real e simbólica), feedback (verbal e videofeedback), relaxamento, tarefas de casa, dessensibilização sistemática.

As técnicas de reestruturação cognitivas são dirigidas para as cognições que mais interferem nas relações sociais, quais sejam: crenças irracionais, diálogos internos inibitórios, expectativas equivocadas de auto-eficácia, suposições negativas e estilos de atribuição inadequados. Alguns dos objetivos da reestruturação cognitiva no THS visam: a) valorizar os próprios direitos e de seu interlocutor; b) identificar as próprias cognições inadequadas e de outrem; c) exercitar formas alternativas de avaliações; d) identificar os próprios estilos de atribuição buscando avaliações mais realistas.

O penúltimo capítulo apresenta propostas e sugestões para a estrutura e estratégias do treinamento das habilidades sociais descrevendo-se os formatos de treinamento individual e grupal. Considera-se a homogeneidade e heterogeneidade dos problemas, o tamanho dos grupos, o papel do dirigente, a dinâmica de uma sessão de treinamento, a estrutura do programa, a duração do programa, o local e os equipamentos e a base ética para esta intervenção.

Por fim, o ultimo capítulo fala das grandes áreas de aplicabilidade do Treinamento em Habilidades Sociais, com ênfase na clínica e na educacional. Na clínica se especifica as intervenções caracterizadas como terapêuticas, aplicadas, por exemplo, aos transtornos afetivos e de ansiedade, esquizofrenia, timidez e isolamento social, problemas conjugais e familiares, dentre outras. Na educação se especifica intervenções caracterizadas como preventivas e/ou educacionais, como por exemplo, o THS no ensino especial e no ensino regular, cujo público tanto pode ser professores como alunos.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Novo teste neuropsicológico - Universidade de Coimbra

Investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveram uma “bateria de testes neuropsicológicos”, que será colocada no mercado em Janeiro de 2011, para ajudar a melhorar a intervenção clínica em crianças dos cinco aos 15 anos com patologias.

A “Bateria de Avaliação Neuropsicológica de Coimbra (BANC)” está a ser desenvolvida desde 2000 na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, através de estudos de adaptação, validação e aferição para a população portuguesa. Já foi objecto de várias teses de doutoramento e mestrado.

Mário Simões, coordenador do projeto, explicou à agência Lusa que a BANC “é simultaneamente abrangente e compreensiva”, e “viabiliza a avaliação de importantes funções neurocognitivas”, a memória, atenção, funções executivas, orientação, motricidade, lateralidade, que “são essenciais à capacidade para aprender, na escola, e fora da escola”.

Os resultados na BANC permitem identificar “consequências relativas ao impacto cognitivo de patologias neurológicas ou de desenvolvimento”, nomeadamente da epilepsia, traumatismos crânio-encefálicos, tumores cerebrais, perturbação da hiperactividade com défice de atenção, autismo, dificuldades de aprendizagem.

Através dos resultados “é possível testar hipóteses e identificar desfasamentos ou dissociações relativas a funções cognitivas (memória, linguagem, atenção, funções executivas) preservadas ou lesadas”, realça o investigador.

Na perspectiva de Mário Simões, esta informação “é potencialmente útil” para a elaboração de programas mais individualizados e específicos de intervenção psicológica, nomeadamente na reabilitação, reeducação e psicoterapia.

Os resultados das diversas investigações realizadas -- acrescenta -- levam a concluir que “a BANC é um instrumento que permite ultrapassar os limites de uma avaliação centrada nos Quocientes Intelectuais” e “actualiza e introduz mais informação e maior especialização e exaustividade aos protocolos de avaliação neuropsicológica de crianças e adolescentes”.

Na aferição da “Bateria de Avaliação Neuropsicológica de Coimbra (BANC)” participaram 1104 crianças e adolescentes com idades entre os 5 e os 15 anos, constituindo, segundo o investigador, “uma amostra numerosa e representativa quanto às principais variáveis sócio-demográficas”, designadamente o género, escolaridade, área geográfica, área de residência e nível socio-económico.

A edição e comercialização dos manuais e materiais de “testing” da BANC está prevista para Janeiro de 2011, através de uma empresa portuguesa.

Fonte: http://www.publico.pt/Sociedade/universidade-coimbra-lanca-no-mercado-novo-teste-neuropsicologico_1450345

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sociedade Síndrome de Down - SSD (Divulgação)



A Sociedade Síndrome de Down - SSD é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo fundamental valorizar a pessoa do deficiente mental e incorporando-o à sociedade, mostrar como ele pode ser útil.
Entre as atividades principais desenvolve as seguintes:
- realiza palestras com profissionais de diversas áreas a fim de orientar os pais na educação de seus filhos;
- organiza colônias de férias para melhor observar o comportamento e as necessidades do deficiente;
- conquista voluntários amigos para se integrarem , através de atividades dirigidas, aos portadores de necessidades especiais;
- cria oficinas itinerantes para dar suporte ao trabalho artesanal;
- organiza ou participa de bazares , onde se faz a venda dos trabalhos dos deficientes e 80% da arrecadação é destinada aos artesãos;
- arrecada recursos através de associados ou de eventos organizados pela SSD;
- realiza chás beneficentes com a finalidade de expor os trabalhos e fazer apresentações de desfile ou dança;
- orienta, através de contatos telefônicos ou por internet, todos os que buscam informações ou esclarecimentos;
- estabelece contato com empresas e associações procurando lançá-los no mercado de trabalho, sem contudo os abandonar;
- em função da necessidade de assistir aos deficientes nos locais de trabalho, promove visitas e estimula os que os circundam a entendê-los, sem paternalismo;
- visita outras entidades para troca de experiências e auxílio alimentício aos mais carentes;
- promove campanhas a fim de contribuir para maior aceitação e inserção dos portadores de deficiências na sociedade.

Mais informações: http://www.ssd.org.br/

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

I ENCONTRO NACIONAL DE TRATAMENTOS PARA AUTISMO E OUTROS TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO (divulgação)

Este encontro é dedicado a educar médicos, terapeutas e pais sobre as pesquisas biomédicas que foram apropriadamente testadas, e são intervenções seguras e efetivas para o espectro autista.

Desde 1995 acontecem congressos bianuais nos EUA onde são mostradas e discutidas estratégias terapêuticas, que ainda são desconhecidas em nosso meio.

Nos dias 15 e 16 de Outubro de 2010, faremos um congresso completo unindo o tratamento biomédico a terapia nutricional, junto com as várias formas terapêuticas e pedagógicas, fornecendo uma visão completa de como o tratamento biomédico pode ser agregado a outros tratamentos para que a criança autista ou que tenha outro transtorno de desenvolvimento alcance um potencial melhor.

Queremos mostrar que o Autismo é tratável, e que a recuperação se torna possível com a associação de uma série de intervenções terapêuticas simultâneas o mais precoce possível.

Local: São Paulo
Data: 15 e 16 de outubro de 2010

Mais informações: www.congressodeautismo.com.br

terça-feira, 3 de agosto de 2010

10 passos para lidar com a birra da criança. E não perder a classe



1. Por pior que seja o “espetáculo”, NUNCA, JAMAIS, em tempo algum bata no seu filho.

2. Antes de sair, previna-se de possíveis contratempos. Se vai ao supermercado, fale que a criança tem direito a escolher dois doces, por exemplo.

3. Não ceda às manipulações. Mostrar que birras não dão resultado é um jeito de desestimulá-la a repetir a cena.

4. Avise seu filho que só conversará com ele depois que ele se acalmar (e você também...).

5. Se precisar dar uma bronca na criança, espere ela terminar de espernear e explique por que está sendo punida. É importante que ela entenda o que fez de errado e, para isso, precisa estar tranqüila para conseguir ouvir o que você tem a dizer.

6. Não brigue com seu filho na frente de todo mundo; isso o fará se sentir humilhado.

7. Desvie o foco da criança. Mostre um objeto diferente, o cachorrinho passando na rua, o avião lá no céu... Use a criatividade!

8. Algumas vezes, por trás da birra existe uma criança com fome, sono ou carente. Se for esse o caso, responda pacientemente e faça um carinho. Às vezes, é só disso que ela precisa.

9. Simplesmente ignorar a birra também pode dar bons resultados. Respire fundo.

10. Se não tiver como conter o show no meio da loja, simplesmente pegue seu filho no colo e vá embora. Sem escândalos. Ele vai perceber que não adiantou nada e você evita o constrangimento.

Fonte: Site Revista Crescer (Monica Brandão e Tamara Foresti)


domingo, 25 de julho de 2010

Mitos e verdades sobre o Autismo (Lucy Santos)

Nestes anos de luta, vi muita coisa errada sobre o autismo, algumas me levaram a atitudes que hoje sei serem inadequadas. Muitas desinformações nos levam a problemas emocionais, a dificuldades mil que podem e devem ser evitadas:

O Mito: os autistas têm mundo próprio.
A Verdade: os autistas têm dificuldades de comunicação, mas mundo próprio de jeito nenhum. O duro é que se comunicar é difícil para eles, nós não entendemos, acaba nossa paciência e os conflitos vêm. Ensiná-los a se comunicar pode ser difícil, mas acaba com estes conflitos.

O Mito: os autistas são super inteligentes.
A Verdade: assim como as pessoas normais, os autistas têm variações de inteligência se comparados uns aos outros. É muito comum apresentarem níveis de retardo mental.

O Mito: os autistas não gostam de carinho.
A Verdade: todos gostam de carinho, com os autistas não é diferente. Acontece que alguns têm dificuldades com relação à sensação tátil, podem sentir-se sufocados com um abraço por exemplo. Nestes casos deve-se ir aos poucos, querer um abraço eles querem, a questão é entender as sensações. Procure avisar antes que vai abraçá-lo, prepare-o primeiro por assim dizer. Com o tempo esta fase será dispensada. O carinho faz bem para eles como faz para nós.

O Mito: os autistas gostam de ficar sozinhos.
A Verdade: os autistas gostam de estar com os outros, principalmente se sentirem-se bem com as pessoas, mesmo que não participem, gostam de estar perto dos outros. Podem às vezes estranhar quando o barulho for excessivo, ou gritar em sinal de satisfação; quando seus gritos não são compreendidos, muitas vezes pensamos que não estão gostando. Tente interpretar seus gritos.

O Mito: eles são assim por causa da mãe ou porque não são amados.
A Verdade: o autismo é um distúrbio neurológico, pode acontecer em qualquer família, religião etc. A maior parte das famílias em todo o mundo tende a mimá-los e superprotegê-los, são muito amados, a teoria da "mãe geladeira" foi criada por ignorância, no início do século passado e foi por terra pouco tempo depois. É um absurdo sem nexo.

O Mito: os autistas não gostam das pessoas.
A Verdade: os autistas amam sim, só que nem sempre sabem demonstrar isto. Os problemas e dificuldades de comunicação deles os impedem de ser tão carinhosos ou expressivos, mas acredite que mesmo quietinho, no canto deles, eles amam sim, sentem sim, até mais que os outros.

O Mito: os autistas não entendem nada do que está acontecendo.
A Verdade: os autistas podem estar entendendo sim, nossa medida de entendimento se dá pela fala, logo se a pessoa não fala, acreditamos não estar entendendo, mas assim como qualquer criança que achamos não estar prestando atenção, não estar entendendo, de repente a criança vem com uma tirada qualquer e vemos que ela não perdeu nada do que se falou, o autista só tem a desvantagem de não poder falar. Pense bem antes de falar algo perto deles.

O Mito: o certo é interná-los, afinal numa instituição saberão como cuidá-los.
A Verdade: toda criança precisa do amor de sua família, a instituição pode ter terapeutas, médicos, mas o autista precisa mais do que isto, precisa de amor, de todo o amor que uma família pode dar, as terapias fazem parte; uma mãe, um pai ou alguém levá-lo e trazê-lo também.

O Mito: eles gritam, esperneiam porque são mal educados.
A Verdade: o autista não sabe se comunicar, tem medos, tem dificuldades com o novo, prefere a segurança da rotina, então um caminho novo, a saída de um brinquedo leva-os a tentar uma desesperada comunicação, e usam a que sabem melhor, gritar e espernear. Nós sabemos que isto não é certo, mas nos irritamos, nos preocupamos com olhares dos outros, às vezes até ouvimos aqueles que dizem que a criança precisa apanhar, mas nada disto é necessário, se desse certo bater, todo o burro viraria doutor! Esta fase de gritar e espernear passa, é duro, mas passa. Mesmo que pareça que ele não entenda, diga antes de sair que vai por ali, por aqui etc. e seja firme em suas decisões. Não ligue para os olhares dos outros, você tem mais o que fazer. Não bata na criança, isto não ajudará em nada, nem a você e nem a ele. Diga com firmeza que precisa ir embora, por exemplo, e mantenha-se firme por fora, por mais difícil que seja. Esta fase passa, eles precisarão ver a firmeza do outro.

Fonte: Bengala Legal

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Como faço ele parar de gritar?

Seu filho grita por tudo e você perde a paciência? Saiba como o ambiente familiar pode interferir nas atitudes dele

Primeiro, descarte a possibilidade de problemas mais sérios, procurando um médico e fazendo um exame de audiometria. Se não houver nenhuma deficiência auditiva, o próximo passo é compreender o ambiente familiar em que ele vive. "É comum as pessoas gritarem uma pela outra quando se vive em uma casa ampla. Ainda mais se o cachorro estiver latindo e a TV e o rádio estiverem ligados num volume alto. Se o ambiente for ruidoso, a tendência é que a criança mantenha o tom de voz elevado. Afinal, é preciso gritar para ser ouvida", diz a psicóloga Carolina Nikaedo, da Edac (Equipe de Diagnóstico e Atendimento Clínico).

A relação entre o casal também tem um peso decisivo no comportamento das crianças. "Elas sugam tudo como uma esponja. Se os adultos gritam e discutem na frente delas, não podem pedir para os filhos não fazer o mesmo". Mas se os gritinhos estiverem com cara de birra, o melhor a fazer é não ceder. "Tem criança que tem mais dificuldade em lidar com o não e a primeira reação é tentar manipular os pais. O jeito é ignorar, explicar que não pode e dizer o porquê. E nunca reforçar de forma positiva essa atitude". Os gritos também podem significar um pedido de socorro, principalmente para as crianças que ainda não sabem falar. A criança pode estar com dor ou incomodada com a fralda suja. Ou apenas querendo atenção.

Fonte: site Revista Crescer

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sons emitidos pelo bebê podem auxiliar diagnóstico de autismo, diz estudo

Cientistas americanos acreditam ser capazes de distinguir bebês autistas a partir dos sons que eles produzem. Usando tecnologia para análise das vocalizações emitidas por 232 crianças com idades entre dez meses e quatro anos, os especialistas da University of Kansas identificaram diferenças nos sons emitidos pelas que foram diagnosticadas como sendo autistas. A tecnologia permitiu diagnósticos corretos em 86% dos casos.

Estudos anteriores indicaram uma associação entre características vocais e autismo, mas, até hoje, o critério voz nunca foi usado no diagnóstico da condição. O estudo americano foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
Autismo é o nome dado a um grupo ou "espectro" de condições caracterizadas pela inabilidade de comunicação ou empatia com o outro, falta de traquejo social, traços obsessivos e comportamentos repetitivos.

Os cientistas americanos analisaram quase 1.500 gravações com um dia de duração feitas através de aparelhos fixados nas roupas das crianças. Mais de três milhões de sons infantis foram usados na pesquisa, diz o estudo. Os pesquisadores se concentraram em 12 parâmetros específicos associados ao desenvolvimento vocal do bebê. Entre eles, o mais importante foi a habilidade da criança emitir sílabas bem formadas a partir de rápidos movimentos da mandíbula e língua.

Os especialistas acreditam que esses sons constituem as fundações das palavras.
Nas crianças autistas com até quatro anos de idade, o desenvolvimento nesse parâmetro é mais lento. "Essa tecnologia poderia ajudar pediatras a fazer testes de autismo para determinar se o bebê deve ser examinado por um especialista para diagnóstico", disse o pesquisador Steven Warren, da University of Kansas, um dos envolvidos no estudo. Ele explicou que a nova técnica pode identificar sinais de autismo aos 18 meses de idade. Atualmente, a média de idade das crianças diagnosticadas com a condição nos Estados Unidos é 5,7 anos. E quanto mais cedo é feito o diagnóstico, mais eficazes são os tratamentos, acrescentou o especialista.

Outro ponto forte da tecnologia, ele explica, é que ela se baseia em padrões sonoros ao invés de palavras e pode ser usada para testar crianças de qualquer país. "Pelo que sabemos, os aspectos físicos da fala humana são os mesmos em todas as pessoas", disse Warren.

Mais informações no site da BBC Brasil

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Novo núcleo da Associação Mão Amiga - RJ

A ASSOCIAÇÃO MÃO AMIGA(AMA-RJ) comemora a realização de mais um de seus projetos e com muita alegria informa que terá inicio seu 2º núcleo de atendimento. Este, na Zona Sul do Rio, no Colégio DIVERTIVENDO, com quem firmamos parceria.

DIVERTIVENDO é uma escola regular, com proposta e experiência em Inclusão. Localizado na Rua Colelho Neto, 74, Laranjeiras. A proposta inicial da MÃOAMIGA na Zona Sul é atender a crianças entre 2 a 9 anos de idade, no horário da manhã. Além de crianças com Transtornos do Espectro Autista (TEA), a AMA atende também crianças com Distúrbio Específico de Linguagem (DEL).

Aplicamos o Modelo SCERTS, a mais moderna abordagem comportamental para o tratamento dos TEA. É um modelo educacional inovador que tem como foco principal desenvolver as habilidades linguísticas, comunicativas e sócio-emocionais da crianças com autismo. As atividades, realizadas em grupos de até 6 crianças, são variadas e englobam a Fonoterapia, Psicopedagogia, Brincadeira Simbólica, Educação Física e Relation Play. O Modelo SCERTS também permite uma análise extensa do desempenho da criança na escola regular.

Atualmente, a MÃO AMIGA atende a 42 crianças e jovens (2 e 18 anos) em sua sede na Pavuna.
Os interessados devem entrar em contato com Mônica Accioly, Coordenadora Técnica, para agendamento de entrevista e avaliação pelo email: monica@maoamiga.org

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O CORA (Centro de Otimização para a Reabilitação do Autista)

Ontem fui na palestra científica promovida com apoio da ADEFA no auditório da Defensoria Pública. O evento foi bom, mas o melhor foram as pessoas maravilhosas que conheci lá. A começar pela fonoaudióloga Roseny, pessoa realmente competente e simpática. Além disso, conheci quatro mães de autistas que criaram uma associação em defesa dos direitos dos autistas. Espero que possamos nos encontrar mais vezes. Segue informações sobre o CORA (Centro de Otimização para a Reabilitação do Autista). Vale a pena entrar no site: corautista.org

É uma associação criada por um grupo de mães e profissionais em prol do autismo. O Cora nasceu do desejo de duas quatro mães Michele Senra, Adriane Michely, Andréia David e Irene que ao se deparem com as dificuldades que encontram para dar uma vida de qualidade para seus filhos autistas. A falta de escolas que aceitem autistas como alunos, falta de tratamento gratuito próximo a residência, despreparo de profissionais e uma série que dificuldades encontradas não só por elas, mas por diversas mães espalhadas pelo Brasil.

Michele Senra é moderadora do blog "O Mundo maravilhoso dos Autistas" http://omundomaravilhosodosautistas.blogspot.com/, e através desse veículo de comunicação tem a oportunidade de conversar com mães e profissionais de diversos estados. Seu filho Breno Willians, está cursando ensino regular e alcançado grandes progressos. "A escola em que meu filho estuda me deu abertura para ajudá-los através de palestras e treinamentos que realizamos com os professores e mediadores, o resultado é que hoje meu filho está tendo a chance de estudar em classe regular, realizando provas e fazendo atividades como outra criança qualquer, essa parceria ajudou meu filho e as outras crianças que nela estuda". Além disso, Michele tem sido convidada a palestra em escolas e eventos testemunhando de uma forma motivacional para pais e profissionais.

Adriane Michely é pedagoga e atualmente está fazendo a pós em psicopedagogia. Adriane foi a primeira mediadora do Breno e através dessa experiência pôde descobrir que seu filho Jorge Davy também está no Espectro Autista. "Quando fui estagiar como mediadora do Breno, nunca havia ouvido falar em autismo. Era tudo novo pra mim, mas me dediquei e mergulhei nesse universo. Depois comecei a observar e percebi que meu filho também tinha características semelhantes ao meu aluno Breno, até que no final do ano passado Davy foi diagnosticado como autista.Breno não entrou por acaso na minha vida, e hoje estamos aqui com o CORA para ajudarmos muitos pais, crianças e jovens".

Andréia David é graduando em pedagogia e certificada em Teacch e Sonrise. Andréia é mãe de Lucas. Através de seu conhecimento empírico sobre o autismo tem auxiliado muitos pais e profissionais da àrea de educação. " O Lucas esse ano teve um retrocesso em seu comportamento na escola. Agredia seus professores, jogava tudo no chão... Haviamos usado várias táticas, metodologias e nada. Até que meu marido e eu resolvemos utilizar uma abordagem mais comportamental e finalmente deu muito certo. Hoje ele está mais centrado, realiza suas atividades tranquilamente.

Irene é mãe de Luciano Ítalo, asperger de 8 anos. Um de seus maiores desafios foi com a escola. Embora seu filho tenham um bom cognitivo, seus professores tinham dificuldades de lidar com seu comportamento. Além disso encontra uma mediadora era outro grande problema. "Este ano as coisas estão correndo bem. Encontrei mediadora, está acompanhando tranquilamente o 3° ano e em sua última avaliação o neuro constatou que meu filho evoluiu para o asperger. Estou muito feliz com seu progresso".

Autismo não é nenhuma tragédia. Autismo é tratável! E quanto mais cedo se descobre mais chances a criança terá. O temor vem da falta de conhecimento. Não é um caminho fácil, mas há esperança. Esse é o objetivo do CORA otimizar o conhecimento do autismo e buscarmos meios para melhorar a qualidade de vida do indivíduo com Espectro autista.Junte-se a nós nessa luta pelos direitos de nossos filhos.

Simbologia

A própria sigla CORA faz alusão a coração. Demonstrando todo nosso amor e empenho por nossos filhos.Coração - representação do coração de mãe, ou seja de nosso amor incondicional pelos nossos filhosQuebra-cabeça - é o simbolo oficial do autismo, que representa o mistério e a complexidade do autismo.Boneco com a peça do quebra-cabeça - representação de nós pais, profissionais e médicos que tentamos desvendar os mistérios do autismo, que estamos em busca de soluções, representa também a nossa luta pela inclusão do autista na escola, no trabalho e no convívio social.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A dentista que desafia o autismo

Crianças autistas costumam receber anestesia geral quando precisam cuidar dos dentes. Como Adriana Zink consegue fazer diferente.


Num consultório modesto no bairro do Tucuruvi, na Zona Norte de São Paulo, a dentista Adriana Gledys Zink atende pacientes especiais. Muito especiais. Ela se dedica aos autistas. Não apenas aos autistas mais colaborativos – aqueles que falam, estudam e podem até chegar ao mestrado. Adriana também socorre, de uma forma inusitada, os chamados autistas de baixo funcionamento. Aqueles que não falam, usam fralda e, quase sempre, são violentos.
Entre seus pacientes, há a mulher de 35 anos que arrancou um pedaço da bochecha da fonoaudióloga com uma mordida. Há também o menino que mastigou a falange do dedo da irmã. E ainda o pré-adolescente que arrebentou os dentes frontais da mãe. Como, então, Adriana consegue conduzi-los até a cadeira, fazer com que abram a boca e aceitem receber uma limpeza, uma restauração ou até mesmo a extração de um dente comprometido?


“Adriana é nossa encantadora de autistas”, diz Waldemar Martins Ferreira Neto, um dos sócios da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD). “Ela tem um dom especial. Às vezes ninguém consegue controlar uma criança, mas ela se acalma quando Adriana faz contato.” Não há mágica nessa história. Há um inspirador exemplo de dedicação. Em 2003, Adriana decidiu fazer especialização em pacientes especiais na APCD porque se comoveu com a situação das famílias. “Mesmo quem pode pagar não encontra dentistas dispostos a cuidar de autistas”, diz.

Quando precisa de atendimento odontológico (mesmo que seja uma simples limpeza), a maioria dos pacientes é internada num hospital para receber anestesia geral. Adriana decidiu tentar fazer diferente. Passou a frequentar reuniões de famílias de autistas, estudou os métodos de aprendizagem disponíveis e conseguiu adaptar algumas técnicas para a odontologia. Sua principal inspiração foi o método Son-Rise, criado nos Estados Unidos nos anos 70 pelos pais de um autista. A história dessa família foi retratada no filme Meu filho, meu mundo. O método incentiva os pais e os terapeutas a observar as preferências dos autistas e usá-las como recursos de aprendizagem.

Outro método usado pelas famílias é o Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (Pecs, na sigla em inglês). Por meio de figuras, a criança aprende a comunicar suas necessidades e a entender que uma atividade acabou e outra vai começar. Adriana criou Pecs específicos para a odontologia. É assim que ela apresenta a máscara, a cadeira, o chuveirinho etc. Às vezes, precisa de quatro sessões só para conseguir convencer o paciente a sentar-se na cadeira. Quando isso não é possível e o procedimento necessário é simples, ela atende a criança no chão. Adriana quer que o método receba respaldo científico. Encaminhou um projeto de pesquisa à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e aguarda o resultado.

Depois de comprovar a eficácia de sua abordagem, Adriana pretende ensiná-la a outros dentistas. “Mesmo quem pode pagar não encontra dentistas dispostos a cuidar de autistas”, diz Adriana .Todas as quartas-feiras, ela cuida gratuitamente de autistas, deficientes mentais (e de qualquer outro paciente que aparecer) no projeto social da escola de samba Unidos de Vila Maria. Até os 14 anos, Matias Cabral de Lira Junior (o Juca) nunca tinha ido ao dentista. Ele é deficiente mental e apresenta sinais de autismo. Embora não seja agressivo, Juca não fala e não engole a saliva. Também faz movimentos contínuos comuns entre os autistas, como sentar-se numa cadeira e balançar o tronco para baixo e para cima, sem parar.

Há dois anos, Adriana conheceu Juca no consultório da escola de samba. Ele mora com a mãe num apartamento do Cingapura (conjunto habitacional popular que substituiu algumas favelas na capital paulista). Nunca estudou. “Tentei de tudo, mas nunca consegui matriculá-lo numa escola”, diz a dona de casa Marly Zulmira da Conceição, de 44 anos. A primeira providência de Adriana foi fazer uma longa entrevista com a mãe. Precisava conhecer todos os gostos de Juca. O que lhe agrada e o que o incomoda. Para que o trabalho dê certo, Adriana precisa de detalhes. Detalhes colhidos sem pressa.“Essas informações me ajudam a encontrar uma forma de entrar no mundo do paciente.”

No primeiro encontro, Juca não olhava nos olhos de Adriana. Tremia quando ela encostava nele. Para tentar estabelecer algum contato visual com o garoto, Adriana experimentou vários brinquedos. Bolinhas de sabão, desenhos, bichos de pelúcia. A única coisa que despertava o interesse de Juca era um carrinho emborrachado. Aos poucos, Adriana foi empurrando o carrinho para dentro do consultório. Juca o seguiu. Com fita-crepe, Adriana prendeu o brinquedo no refletor instalado acima da cadeira de dentista. Juca sentou-se na ponta da cadeira e levantou a cabeça para espiar o carrinho. Adriana acomodou uma das pernas dele sobre a cadeira e afastou-se um pouco para ver como reagia. Como ele ficou bem, a dentista acomodou a outra perna.

Depois de dois anos de acompanhamento, Juca está acostumado a Adriana e seus apetrechos. Na última sessão, quem saiu da caixa de brinquedos foi um Chico Bento de borracha. Ela movimentava o personagem encaixado sobre o dedo indicador direito enquanto, com outros dois, tentava relaxar o queixo de Juca.
– Abra a boca para o Chico olhar – Adriana pedia.
– Ahhhhhh – ele respondia.
Juca parecia seguro. Apesar de todas as limitações, a comunicação entre eles fluía. Adriana conseguiu de novo.


Fonte: Revista Época - 13/07/2010

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Dez coisas que toda criança com autismo gostaria que você soubesse (Ellen Nottohm)

1) Antes de tudo eu sou uma criança - Eu tenho autismo. Eu não sou somente "Autista". O meu autismo é só um aspecto do meu caráter. Não me define como pessoa. Você é uma pessoa com pensamentos, sentimentos e talentos. Ou você é somente gordo, magro, alto, baixo, míope. Talvez estas sejam algumas coisas que eu perceba quando conhecer você, mas isso não é necessariamente o que você é. Sendo um adulto, você tem algum controle de como se auto-define. Se quer excluir uma característica, pode se expressar de maneira diferente. Sendo criança eu ainda estou descobrindo. Nem você ou eu podemos saber do que eu sou capaz. Definir-me somente por uma característica, acaba-se correndo o risco de manter expectativas que serão pequenas para mim. E se eu sinto que você acha que não posso fazer algo, a minha resposta naturalmente será: Para que tentar?

2)A minha percepção sensorial é desordenada - Interação sensorial pode ser o aspecto mais difícil para se compreender o autismo. Quer dizer que sentidos ordinários como audição, olfato, paladar, toque, sensações que passam desapercebidas no seu dia a dia podem ser doloridas para mim. O ambiente em que eu vivo pode ser hostil para mim. Eu posso parecer distraído ou em outro planeta, mas eu só estou tentando me defender. Vou explicar o porquê uma simples ida ao mercado pode ser um inferno para mim: a minha audição pode ser muito sensível. Muitas pessoas podem estar falando ao mesmo tempo, música, anúncios, barulho da caixa registradora, celulares tocando, crianças chorando, pessoas tossindo, luzes fluorescentes. O meu cérebro não pode assimilar todas estas informações, provocando em mim uma perda de controle. O meu olfato pode ser muito sensível. O peixe que está à venda na peixaria não está fresco. A pessoa que está perto pode não ter tomado banho hoje. O bebê ao lado pode estar com uma fralda suja. O chão pode ter sido limpo com amônia. Eu não consigo separar os cheiros e começo a passar mal. Porque o meu sentido principal é o visual. Então, a visão pode ser o primeiro sentido a ser superestimulado. A luz fluorescente não é somente muito brilhante, ela pisca e pode fazer um barulho. O quarto parece pulsar e isso machuca os meus olhos. Esta pulsação da luz cobre tudo e distorce o que estou vendo. O espaço parece estar sempre mudando. Eu vejo um brilho na janela, são muitas coisas para que eu consiga me concentrar. O ventilador, as pessoas andando de um lado para o outro... Tudo isso afeta os meus sentidos e agora eu não sei onde o meu corpo está neste espaço.

3) Por favor, lembre de distinguir entre não poder (eu não quero fazer) e eu não posso (eu não consigo fazer) - Receber e expressar a linguagem e vocabulário pode ser muito difícil para mim. Não é que eu não escute as frases. É que eu não te compreendo. Quando você me chama do outro lado do quarto, isto é o que eu escuto "BBBFFFZZZZSWERSRTDSRDTYFDYT João". Ao invés disso, venha falar comigo diretamente com um vocabulário simples: "João, por favor, coloque o seu livro na estante. Está na hora de almoçar". Isso me diz o que você quer que eu faça e o que vai acontecer depois. Assim é mais fácil para compreender.

4) Eu sou um "pensador concreto" (CONCRETE THINKER). O meu pensamento é concreto, não consigo fazer abstrações - Eu interpreto muito pouco o sentido oculto das palavras. É muito confuso para mim quando você diz "não enche o saco", quando o que você quer dizer é "não me aborreça". Não diga que "isso é moleza, é mamão com açúcar" quando não há nenhum mamão com açúcar por perto e o que você quer dizer é que isso e algo fácil de fazer. Gírias, piadas, duplas intenções, paráfrases, indiretas, sarcasmo eu não compreendo.

5)Por favor, tenha paciência com o meu vocabulário limitado - Dizer o que eu preciso é muito difícil para mim, quando não sei as palavras para descrever o que sinto. Posso estar com fome, frustrado, com medo e confuso, mas agora estas palavras estão além da minha capacidade, do que eu possa expressar. Por isso, preste atenção na linguagem do meu corpo (retração, agitação ou outros sinais de que algo está errado). Por um outro lado, posso parecer como um pequeno professor ou um artista de cinema dizendo palavras acima da minha capacidade na minha idade. Na verdade, são palavras que eu memorizei do mundo ao meu redor para compensar a minha deficiência na linguagem. Por que eu sei exatamente o que é esperado de mim como resposta quando alguém fala comigo. As palavras difíceis que de vez em quando falo podem vir de livros, TV, ou até mesmo serem palavras de outras pessoas. Isto é chamado de ECOLALIA. Não preciso compreender o contexto das palavras que estou usando. Eu só sei que devo dizer alguma coisa.

6)Eu sou muito orientado visualmente porque a linguagem é muito difícil para mim - Por favor, me mostre como fazer alguma coisa ao invés de simplesmente me dizer. E, por favor, esteja preparado para me mostrar muitas vezes. Repetições consistentes me ajudam a aprender. Um esquema visual me ajuda durante o dia-a-dia. Alivia-me do stress de ter que lembrar o que vai acontecer. Ajuda-me a ter uma transição mais fácil entre uma atividade e outra. Ajuda-me a controlar o tempo, as minhas atividades e alcançar as suas expectativas. Eu não vou perder a necessidade de ter um esquema visual por estar crescendo. Mas o meu nível de representação pode mudar. Antes que eu possa ler, preciso de um esquema visual com fotografias ou desenhos simples. Com o meu crescimento, uma combinação de palavras e fotos pode ajudar mais tarde a conhecer as palavras.

7)Por favor, preste atenção e diga o que eu posso fazer ao invés de só dizer o que eu não posso fazer - Como qualquer outro ser humano não posso aprender em um ambiente onde sempre me sinta inútil, que há algo errado comigo e que preciso de "CONSERTO". Para que tentar fazer alguma coisa nova quando sei que vou ser criticado? Construtivamente ou não é uma coisa que vou evitar. Procure o meu potencial e você vai encontrar muitos! Terei mais que uma maneira para fazer as coisas.

8)Por favor, me ajude com interações sociais - Pode parecer que não quero brincar com as outras crianças no parque, mas algumas vezes simplesmente não sei como começar uma conversa ou entrar na brincadeira. Se você pode encorajar outras crianças a me convidarem a jogar futebol ou brincar com carrinhos, talvez eu fique muito feliz por ser incluído. Eu sou melhor em brincadeiras que tenham atividades com estrutura começo-meio-fim. Não sei como "LER" expressão facial, linguagem corporal ou emoções de outras pessoas. Agradeço se você me ensinar como devo responder socialmente. Exemplo: Se eu rir quando Sandra cair do escorregador não é que eu ache engraçado. É que eu não sei como agir socialmente. Ensine-me a dizer: "você esta bem?".

9)Tente encontrar o que provoca a minha perda de controle - Perda de controle, "chilique", birra, mal-criação, escândalo, como você quiser chamar, eles são mais horríveis para mim do que para você. Eles acontecem porque um ou mais dos meus sentidos foi estimulado ao extremo. Se você conseguir descobrir o que causa a minha perda de controle, isso poderá ser prevenido - ou até evitado. Mantenha um diário de horas, lugares pessoas e atividades. Você encontrar uma seqüência pode parecer difícil no começo, mas, com certeza, vai conseguir. Tente lembrar que todo comportamento é uma forma de comunicação. Isso dirá a você o que as minhas palavras não podem dizer: como eu sinto o meu ambiente e o que está acontecendo dentro dele.

10)Se você é um membro da família me ame sem nenhuma condição - Elimine pensamentos como "Se ele pelo menos pudesse…" ou "Porque ele não pode…" Você não conseguiu atender a todas as expectativas que os seus pais tinham para você e não gostaria de ser sempre lembrado disso. Eu não escolhi ser autista. Mas lembre-se que isto está acontecendo comigo e não com você. Sem a sua ajuda a minha chance de alcançar uma vida adulta digna será pequena. Com o seu suporte e guia, a possibilidade é maior do que você pensa. Eu prometo: VAI VALER A PENA.
E, finalmente três palavras mágicas: Paciência, Paciência, Paciência. Ajudam a ver o meu autismo como uma habilidade diferente e não uma desabilidade. Olhe por cima do que você acha que seja uma limitação e veja o presente que o autismo me deu. Talvez seja verdade que eu não seja bom no contato olho no olho e conversas, mas você notou que eu não minto, roubo em jogos, fofoco com os colegas de classe ou julgo outras pessoas? É verdade que eu não vou ser um Ronaldinho "Fenômeno" do futebol. Mas, com a minha capacidade de prestar atenção e de concentração no que me interessa, eu posso ser o próximo Einstein, Mozart ou Van Gogh. Eles também eram autistas. O que o futuro tem guardado para crianças autistas como eu, está no próprio futuro. Pense sobre estas "regras" sociais e se elas não fazem sentido para mim, deixe de lado. Seja o meu protetor seja o meu amigo e nós vamos ver até onde eu posso ir.
CONTO COM VOCÊ!!!




Fonte: http://www.autimismo.com.br/

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Palestra Científica com o tema Autismo

Tema: Autismo

Público-alvo: Profissionais, pais e amigos dos autistas

Data: 14 de julho (4ª feira)

Horário: 13 horas

Local: Auditório da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (Av. Marechal Câmara, 314, Centro)

Programação:
- Diagnóstico precoce (Diana Lindoso - psicóloga)
- Neurotoxidade de metais pesados no autista (Mariel Lopes - biomédica)
- Nutrição: dieta sem glúten e caseína (Alessandra Frazão - nutricionista)
- Modelo SCERTS na Mão Amiga (Monica Accioly - fonoaudióloga)
- Terapia Comportamental (Sandra Cerqueira - psicóloga)

Participem!!!

Fonte: www.adefa.com.br

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O que é autismo?




Autismo é a denominação dada a um conjunto de comportamentos derivados de um desenvolvimento neurológico/metabólico atípico. Há evidências de que esta diferença neurológica esteja presente desde o nascimento ou até um período anterior. No entanto, os comportamentos observados – através dos quais a desordem é diagnosticada – tendem a ser apenas detectáveis a partir da idade de cerca de 18 meses. A desordem atinge indivíduos de ambos os sexos e de todas as etnias, classes sociais e origens geográficas. A incidência é maior entre o sexo masculino (4 vezes mais comum em meninos do que meninas).

Pesquisas científicas de estudo da desordem têm sido desenvolvidas em diversos países, mas a comunidade científica ainda não chegou a um consenso em relação às causas do autismo. Há fortes evidências, no entanto, de que exista de uma predisposição genética (Rutter, 2005), e que fatores ambientais sejam o gatilho para o aparecimento dos sintomas. Também tem sido sugerido que o autismo seja causado por um distúrbio da integração sensorial (Smith-Myles & Simpson, 1998), atrasos de maturação dos reflexos primários (Teitelbaum, Benton & Shah, 2004), disfunção do sistema imunológico (Pardo, Vargas & Zimmerman, 2006), ou problemas gastro-intestinais (Gurney, McPheeters & Davis, 2006).

Os recentes números de estatísticas do autismo entre a população dos Estados Unidos e da Europa apontam para a existência de uma epidemia atual do autismo, com os números de estatísticas nacionais nos EUA saltando de 1 em cada 2500 pessoas na década de 1990 para 1 caso de autismo em cada 100 crianças em 2009 (fonte: Centers for Disease Control, EUA). A ASA – Autism Society of America – estima que existam atualmente 1,5 milhões de americanos afetados pelo autismo. O mesmo quadro tem sido observado no Reino Unido, com a incidência subindo de 1:2500 em 1993 para 1:100 em 2009. Estes números tornam a desordem mais comum do que o câncer infantil, o diabetes e a AIDS.
No Brasil, país com uma população de cerca de 190 milhões de pessoas em 2007, estimava-se que havia cerca de 1 milhão de casos de autismo (fonte: Projeto Autismo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, 2007). O aumento dos casos de autismo no Brasil tem sido relatado por instituições ligadas ao atendimento de famílias de crianças com autismo em todas as regiões brasileiras.

No passado, o autismo foi freqüentemente considerado um distúrbio comportamental, com alguns cientistas tendo até adotado a teoria de que o autismo era causado pelo fenômeno das “mães-geladeiras”. Pesquisas mais modernas têm descartado totalmente esta perspectiva. Na maioria dos últimos sessenta anos (desde que o autismo foi primeiramente descrito por Kanner, em 1943), a desordem foi estudada em termos de comportamentos apresentados ao invés do estudo do subjacente desenvolvimento neurológico. Por conseqüência, os diagnósticos atuais ainda são feitos com base em comportamentos observáveis, o que significa um atraso na elaboração do diagnóstico na maioria dos casos. Recentes pesquisas com o foco na identificação de características neurológicas do autismo têm sido desenvolvidas com o objetivo de auxiliar o processo de diagnóstico, a intervenção precoce e recuperação.

Nos dias de hoje, o Autismo é freqüentemente referido como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), nomenclatura que indica uma ampla variação na sintomatologia. Crianças com os diagnósticos de Transtorno Invasivo do Desenvolvimento ou Transtorno Global do Desenvolvimento (TID, ou a sigla PDD em inglês), Transtorno Invasivo Não Especificado do Desenvolvimento (sigla PDD-NOS em inglês) ou Síndrome de Asperger tendem a exibir comportamentos similares em um nível moderado.

Os comportamentos que geralmente levam ao diagnóstico do Autismo ou Transtorno do Espectro do Autismo são comumente classificados em três pilares. Estes descrevem dificuldades nas seguintes áreas:
- Interação Social
- Comunicação e Linguagem
- Imaginação (incluindo-se aqui os interesses restritos e a utilização de comportamentos repetitivos e de auto-estimulação)

O que os comuns critérios de diagnóstico falham em reconhecer são as habilidades e talentos exibidos por pessoas diagnosticadas com autismo. Há diversos relatos científicos e anedotários sobre habilidades incríveis que várias pessoas com autismo possuem. Em uma das extremidades deste espectro encontram-se as pessoas que são referidas como “savants”, as quais apresentam habilidades extraordinárias, geralmente nas áreas de matemática, música ou arte (Happe, 1999). Já os milhares de pessoas com autismo que não desenvolvem habilidades de “savants”, também possuem diversas habilidades especiais. Muitas pessoas com autismo apresentam habilidades de percepção viso-espacial altamente desenvolvidas (em Happe, 1999).

Fonte: www.inspiradospeloautismo.com.br

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Brincar é coisa séria




O ato de brincar para uma criança seria como o trabalho, o aprendizado (escola, faculdade, etc.) para nós adultos, pois é através destas atividades, ou melhor, destas brincadeiras que a criança vai se constituindo como um todo. Ela se torna criativa, tem a oportunidade de relacionar com seus semelhantes e, o mais importante, ela se sente feliz, conseqüentemente aumenta a probabilidade de ser mais bondosa, amorosa e solidária.


A criança precisa naturalmente passar por etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional, onde o principal apoio é a família. Futuramente esse apoio crescerá com os coleguinhas de brincadeiras e os da escola. E é através deste contato que ele desenvolverá suas potencialidades, porque, ao contrário do que imaginamos, a criança ao brincar compara, nomeia, mede, calcula, cria, deduz, classifica, etc.


E assim ela se desenvolve, compartilha, respeita, faz amigos, aprende limites e busca um sentido para sua vida, e atualmente sabemos que pela grande correria do dia a dia diversos pais não dão a atenção necessária para os filhos, e lembramos que boa parte da saúde física, emocional e intelectual da criança depende em boa parte do “brincar” e do relacionamento familiar.
Até mesmo o brincar tem suas etapas de desenvolvimento, começa-se brincando sozinho, conhecendo e manipulando objetos. Posteriormente buscará outras crianças para brincar, mas cada uma com seu brinquedo, e assim ela desenvolve e descobre os prazeres e as frustrações de brincar com os outros (grupo), crescendo emocionalmente. Dessa maneira ela aprende a esperar sua vez, ser e interagir de forma organizada, respeitar regras e restrições que muitas das vezes são em grupo quando extrapolam em algum brincar, aprendendo então a ganhar e perder.


Quanto à brincadeira

• Dê tempo para que ela possa explorar o material, deixando que ela tente sozinha, mas estando disponível se precisar de ajuda.

• Estimule sua auto-estima; faça com que ela se sinta capaz de aprender, dando-lhe o tempo que precisar.

• Encoraje suas manifestações espontâneas; permita que ela tome a iniciativa.

• Introduza propostas novas, estimulando a resolução de problemas.

• Escolha brinquedos adequados ao nível de desenvolvimento e interesse da criança.

• Aumente a dificuldade se notar que o jogo está fácil demais e reduza-a se estiver além de seu entendimento.


E toda vez que apresentar um brinquedo a seu filho, demonstre interesse. Pois uma caixa vazia, dependendo de como lhe for apresentada, poderá virar uma casa, um barco, um carro, uma torre, uma cama de bonecas, um fogão... ou, simplesmente, uma caixa vazia. Estimule seu filho, deixe a imaginação dele voar...


Bruno Augusto das Chagas - www.equilibriovida.com.br
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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Quando buscar ajuda de um psicólogo infantil?

A maioria dos pais têm dúvidas sobre a necessidade de buscar psicoterapia para seu filho, em especial quando este é uma criança. Embora as crianças demonstrem comportamentos que indicam quando algo não está bem, muitos pais relutam em procurar ajuda de um profissional.Os pais tendem a pensar que a criança esta passando apenas por uma fase, que será superada sozinha.

Realmente não é fácil julgar o momento apropriado para levar uma criança à psicoterapia. A escola, que costuma ser a primeira a notar mudanças de comportamento, tem ajudado bastante ao solicitar o encaminhamento do aluno para um psicólogo infantil.

Geralmente, os sinais mais presentes no comportamento da criança são a hiperatividade, a dificuldade de concentração, a agressividade, o comportamento inadequado e a ansiedade. Estes são comportamentos que chamam a atenção dos pais ou da escola e que, mais rapidamente são encaminhados para profissionais especializados. Contudo, observe também se a criança está silenciosa demais, não quer bricar com outras crianças, está retraída social e afetivamente. Muitas vezes, uma criança quieta demais é sinal de sofrimento para ela e por não saber expressar verbalmente isto, emite comportamentos que não são considerados inadequados e, assim, que podem não chamar atenção dos adultos.

Procure um psicólogo infantil assim que perceber mudanças no comportamento do seu filho. Este é o primeiro passo para diminuir o sofrimento dele.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

CURSO"TEMAS CONTEMPORÂNEOS NA CLÍNICA INFANTIL"

OBJETIVOS: Promover, a partir de referências teóricas, a compreensão sobre as emoções, sentimentos, e transtornos que afligem as crianças.

HORÁRIOS: Terças feiras,das 14:30h às 16:00h.

Módulo I - 03/08/2010 - Winnicott: Brincar e Criatividade como basespara uma estrutura psíquica saudável.Ludoterapia: Função e usos terapêuticos do brincar.
Módulo II - 10/08/2010 - Ansiedade, depressão e estresse na infância.
Módulo III - 17/08/2010 - Hiperatividade: Aspectos do diagnóstico diferencial.
Módulo IV - 24/08/2010 - Bullying: Uma patologia social.

O curso inclui material de apoio, bibliografia, e emissão de certificado.

VAGAS LIMITADAS... Inscrições até 27/07/2010

INVESTIMENTO:
Valor total: R$ 60,00*
* Sorteio de livro sobre o tema "bullying"
* Emissão de certificado (mediante 75% de presença).

PÚBLICO-ALVO:
Estudantes de Psicologia e demais interessados.

LOCAL:
ESPAÇO PSICONHECIMENTO
Copacabana - Rio de Janeiro - RJ
(Próximo à estação Cardeal Arcoverde do Metrô)

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:
(21) 3820-9983 ou (21) 9716-7213

PSICÓLOGA RESPONSÁVEL:
Flávia Lucchesi
Psicóloga/Sexóloga
CRP 05/28310

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Boas vindas


Este blog é destinado a divulgar o meu trabalho como psicóloga, incluindo qualquer assunto que eu avalie como relevante terapêutica e academicamente. Todos estão convidados a colaborar, postando textos, comentários, dúvidas. Vou também divulgar eventos e cursos na área de psicologia e transtornos do desenvolvimento! Sejam bem vindos!