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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Perguntas e respostas sobre saúde bucal da criança



P: A amamentação no peito é melhor do que a mamadeira na prevenção de caries na infância?
R: Muitos especialistas recomendam amamentar no peito em vez de utilizar mamadeiras, para a saúde geral da sua criança. Porém, amamentar no peito pode levar a formação de cáries na infância da mesma forma que a amamentação por mamadeira.
Para prevenir as primeiras cáries:
- Evite alimentação durante a noite, tal como trazer o bebê para a sua cama e permitir que ele ou ela se amamente à vontade. O leite pode "permanecer" na boca da criança e causar a formação continua de ácido ao longo da noite. Este ácido leva à formação de cárie.
- Evite deixar o bebê passear com uma mamadeira.
- É recomendado que você encoraje sua criança a beber de um copo já no seu primeiro aniversário.
P: Tudo bem se minha criança chupar o dedo polegar?
R: Chupar o polegar é normal em crianças; a maioria para por si próprias até os 2 anos de idade.
Se sua criança chupa o polegar e tem mais de 2 anos de idade, tente desencorajá-la até completar 4 anos.
Chupar o dedo além da idade de 4 anos pode levar ao problemas de dentes tortos, apinhamento e/ou de mordida.
P: Tudo bem se meu bebê usar a chupeta?
R: Sim, mas não a coloque em açúcar, mel, ou líquidos adoçados. Além disso:
Tente fazer com que sua criança abandone o hábito da chupeta até os idade de 2 anos de idade.
Lembre-se que enquanto a chupeta e chupar o polegar não fazem nenhuma diferença para a saúde da criança, uma chupeta pode ser uma escolha melhor, porque pode ser mais fácil parar com o hábito da chupeta da criança, do que de chupar o polegar.
P: Qual é o melhor método para escovar os dentes de uma criança pequena?
R: Use uma escova pequena e com cerdas macia. Faça movimentos circulares ou movimentos ondulados em todas as superfícies dos dentes, particularmente onde o dente encontra a gengiva. Quando sua criança aprender a cuspir, use uma pequena quantidade de creme dental com flúor do tamanho de uma ervilha na escova. As famílias devem pedir ao dentista que demonstre a escovação correta na visita da criança ao dentista.
P: Posso transmitir bactérias prejudiciais que possam afetar os dentes do meu bebê?
R: Sim. Germes causadores de cáries podem ser transmitidos via contato - tal como quando o bebê puser as mãos em sua boca, e daí na própria boca. É por isso que é tão importante você manter seus próprios dentes e gengivas saudáveis.
Além disso, pesquisas têm mostrado que já que uma mulher grávida compartilha seu sangue com seu bebê antes de nascer, qualquer infecção em sua boca - como uma cárie ou doença de gengiva (periodontal) - pode afetar o bebê. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Dentais e Crânio-facial do Instituto Nacional de Saúde, doenças / infecções orais também estão ligadas a problemas bebês prematuros, e com reduzido peso de nascimento.
P: Quando devo começar a usar creme dental com flúor na escovação da minha criança?
R: Quando sua criança souber cuspir. Flúor é seguro e necessário para manter os dentes fortes, mas somente em níveis apropriados. Crianças mais jovens tendem a engolir quantidades excessivas de creme dental , e isto pode levar a flúorese, que causa a descoloração dos dentes. E lembre-se, mesmo que a sua água for fluoretada, é necessário utilizar creme dental com flúor. Flúor é necessário ambos em forma "sistêmica" - como creme dental, e em forma "ingerida" - como água ou suplementos de flúor.
P: Eu uso água engarrafada em casa, e não contém flúor. Tudo bem?
R: Se você usa água engarrafada para beber e cozinhar - ou se sua água do sistema público (comunitário) não contém flúor - não esqueça de avisar a seu dentista ou médico. Eles possivelmente prescreverão suplementos de flúor para o bebê.

Fonte: site Yahoo Brasil

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Pais brasileiros criam a primeira revista de autismo na América Latina, com 100% de voluntariado



Numa iniciativa inédita, um grupo de pais de crianças autistas criou a Revista Autismo, primeira publicação a respeito do assunto na América Latina e a única em língua portuguesa no mundo. Tudo isso somente com trabalho voluntário e doações. A revista é gratuita, de circulação nacional e foi lançada neste mês (setembro de 2010).

Não bastasse essa conquista, que no caro e complexo mercado editorial pode-se dizer que é um verdadeiro milagre, a revista também inova usando, em sua versão impressa, QR-Codes (selos de integração de mídia que podem ser lidos por câmeras de celulares) para ampliar os assuntos abordados remetendo o leitor a material extra, como textos, vídeos e outros sites. Cada artigo ou reportagem que tem material extra, tem seu QR-Code.

O grupo de pais que criou a revista não se conhece pessoalmente, apenas através da internet, onde participam de listas de discussões por e-mail sobre a síndrome que acomete seus filhos: o autismo. “Temos um dos pais que tem uma gráfica, em Santa Catarina, e quando sugeri a ideia da revista, ele pediu doação de papel a seus fornecedores, o que foi prontamente atendido”, conta o publicitário e artista plástico Martim Fanucchi, idealizador da Revista Autismo, sobre o momento que viu a viabilização do que era apenas um sonho.

Waldemar Casagrande, o Zinho, colocou sua gráfica catarinense, a Otomar, à disposição da publicação. “Quando o jornalista Paiva Junior topou ser o editor-chefe da revista, em abril deste ano, era o que faltava para iniciarmos o projeto de vez e com profissionalismo”, comemora Fanucchi com o primeiro exemplar da revista na mão, o número zero.

Todo o processo de produção da revista foi feito com trabalho cem por cento voluntário, desde os artigos de renomados profissionais da área, até o processo de revisão e distribuição da revista.
A revista teve uma quantidade significativa de exemplares impressos, porém, a demanda foi maior que o dobro do que havia sido feito. Faltou revista. O que demonstra o sucesso do “empreendimento” mesmo antes de que soubesse se o conteúdo era realmente bom. Um retrato da sede por informação sobre o transtorno do espectro do autismo no Brasil.

A reportagem de capa da edição de lançamento cita a preocupante estatística do CDC (Center of Disease Control), dos Estados Unidos: uma em cada 110 crianças tem autismo -- número muito maior em crianças que a AIDS, o câncer e o diabetes. E a manchete de capa ainda questiona: “E aqui?”, referindo-se ao Brasil não ter estatísticas a respeito do autismo -- nem mesmo no atual censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) há qualquer pergunta sobre a síndrome.

O objetivo da Revista Autismo é levar informação séria e de qualidade para pais e profissionais em todo o Brasil e até mesmo fora dele -- a versão online da revista terá traduções para o inglês e o espanhol, além de estarem firmando parcerias para desenvolver o lançamento da revista em outros formatos digitais, como os e-books (livros eletrônicos) -- já há versão em formato PDF, compatível com diversos leitores de livros digitais -- e aplicativos para smartphone e tablets, como uma versão já em desenvolvimento para Apple iOS (iPhone, iPad e iPod Touch). Não custa lembrar que tudo isso é gratuito e está sendo produzido sem qualquer investimento financeiro, apenas com voluntariado.

O site da revista é RevistaAutismo.com.br (hospedado pelo patrocinador Hostnet.com.br) e tem a publicação na íntegra, sem restrições, além de material extra.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Quando um dos gêmeos tem necessidades especiais



Recentemente tivemos contato com uma família na qual os filhos gêmeos nasceram com condições físicas diferentes. Ambos meninos, um deles apresentava uma limitação física congênita. Por conta dessa situação, o outro filho, saudável, foi colocado na função de “guardião” do irmão; os pais o encarregavam de cuidar dele em festas, na escola e quando estivessem com outras crianças.

Desse modo, em pouco tempo, o irmão com dificuldade começou a ter um comportamento autoritário, submetendo o seu “guardião” a todas as suas vontades. E este, por sua vez, nunca o contrariava, provavelmente pela culpa que sentia por ser mais saudável. Ao filho especial não eram dados limites; os pais satisfaziam seus desejos e não o deixavam frustrar-se. O outro, por ser visto como uma criança sem problemas, não era motivo de preocupações. Seus anseios, desejos e expectativas eram pouco percebidos pelos pais.

Entretanto, essa dinâmica começou a se evidenciar na escola, e os pais foram chamados para uma conversa. Ficou claro o quanto os dois estavam impedidos de se manifestar como indivíduos singulares, providos de aspectos e potenciais diferentes.

Os pais aceitaram a sugestão da orientadora, para que procurassem a orientação de um psicólogo que os ajudasse a lidar com o sofrimento dos filhos. À medida que o trabalho transcorria, os pais entraram em contato com as próprias dificuldades: culpas, medos e inseguranças. Conseguiram falar sobre esses sentimentos entre si e com os meninos. O diálogo abriu um espaço de ventilação, de circulação de idéias; as emoções começaram a ser tratadas na família sem constrangimento.

Perceberam que não era apenas o filho especial que possuía limitações e sofria. Ao reconhecer que todos tinham seus próprios limites e seu quinhão de dor, passaram a lidar mais naturalmente com a situação. Esse novo olhar os aproximou, fortaleceu os laços de amor e confiança e permitiu que iniciassem o importante aprendizado que é conviver com as diferenças. Embora a maioria das gestações e partos gemelares transcorram sem intercorrências, não é raro encontrarmos situações em que um dos gêmeos nasce com necessidades especiais.

Essa é uma situação delicada, que assusta e gera uma série de dúvidas e sentimentos negativos. Muitos se culpam pela situação e têm dificuldades na forma de se relacionar com cada filho. Quem vive esta experiência, além de ter que encarar suas próprias dores, precisa dar conta de ajudar cada um dos filhos a lidar da melhor forma possível.

Acreditamos ser importante que os pais não neguem o impacto que esse fato da realidade causa dentro de cada um. Expressar as dores, medos e inseguranças é a melhor forma de encontrar um caminho verdadeiro e acessar os recursos internos necessários para lidar com a situação. Recursos fundamentais também para que se consiga uma aceitação mais serena.

Dizemos isso pois, se os pais estiverem em contato com seus próprios sentimentos e lidando com eles, certamente ajudarão os filhos a fazer o mesmo. Não negar as dificuldades do irmão que tem necessidades especiais e permitir que os filhos se manifestem com liberdade é a melhor forma de ajudá-los a trilhar os próprios caminhos.

Sabemos que momentos como esses, que desestabilizam a família, são muito difíceis. Mas, por outro lado, mobilizam as pessoas a enfrentarem os conflitos que surgem. Isso pode se acentuar quando o gêmeo saudável mudar de fase ou fizer uma conquista que o outro ainda não atingiu, ou que não atingirá por sua limitação. Quando esse tipo de coisa acontece, os pais precisam, de alguma maneira, garantir que o filho usufrua do seu crescimento, sem se culpar por isso ou limitar-se em função do irmão.

Talvez seja preciso dizer a ele que pode continuar sendo solidário, amigo e companheiro de seu irmão, apesar de suas diferenças. E lembrar o outro gêmeo, com necessidades especiais, sobre seu potencial, incentivando-o a dar o melhor de si, mas sempre tomando cuidado para não negar ou minimizar as suas limitações.

Tratar a realidade como uma inimiga, ou como algo a ser evitado e silenciado, não nos parece uma boa opção. As limitações impostas por ela precisam ser respeitadas, evitando que prevaleçam sobre todas as oportunidades e expectativas.


Fonte: Site Revista Crescer / Por: Claudia Arbex e Sâmara Jorge